Saiba como outros países lidam com a educação financeira das crianças nas escolas
O Brasil tem uma das populações mais despreparadas do mundo quando o assunto é educação financeira. Estamos na 74ª posição no ranking global, atrás de países como: Chile, Madagascar, Togo e Zimbábue. Por esse motivo, ficar de olho no que está acontecendo no exterior é extremamente fundamental para mudar essa realidade. Conheça os 3 motivos pelos quais a demanda por educadores financeiros aumentou no país:
- Defasagem na alfabetização da população em educação financeira
O grau de ensino financeiro foi medido em 140 países com base em mais de 150 mil entrevistas pela pesquisa S&P Ratings Services Global Financial Literacy Survey (Pesquisa Global de Educação Financeira da divisão de ratings e pesquisas da Standard & Poor’s), realizada em 2019. Apenas 35% dos brasileiros conseguiram responder às questões do estudo.
A inclusão da população no sistema bancário é outro desafio. Cerca de 36 milhões de adultos não possuem nenhuma conta aberta, segundo o Banco Central. O número era ainda maior há pouco tempo atrás, já que, recentemente, 9,8 milhões de pessoas passaram a ser bancarizadas. Por essa razão, as instituições têm investido recursos para educar as pessoas e incluí-las no sistema
- Tendências do exterior para a educação financeira de crianças nas escolas
O país que se saiu melhor na pesquisa foi a Noruega, onde 71% dos entrevistados responderam corretamente às questões propostas. Eles foram perguntados sobre aritmética, diversificação de risco, inflação e juros compostos. Um dos motivos para o bom desempenho do país europeu, é que as creches e escolas são financiadas por municípios e condados. Além disso, os bancos noruegueses, como o Norway Savings Bank, por exemplo, custeiam constantemente cursos gratuitos paras as crianças nas escolas.
A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), da ONU, também reconhece que “a alfabetização financeira é uma habilidade fundamental para a participação na sociedade moderna. Já que, as crianças estão crescendo em um mundo cada vez mais complexo, onde eventualmente precisarão assumir o controle de seu próprio futuro financeiro”.
- Reconhecimento da importância da educação financeira
Uma pesquisa realizada pelo Serasa Experian, em parceria com o IBOPE Inteligência e o Instituto Paulo Montenegro, concluiu que pessoas com uma escolarização maior não necessariamente apresentam nível elevado de educação financeira entre os brasileiros de todas as faixas etárias e classes sociais. O motivo é mais óbvio do que parece: conhecimentos e aptidão em leitura, escrita e matemática não influenciam na atitude e no comportamento.
Talvez por esses motivos, a educação financeira foi incluída na Base Nacional Comum Curricular. A população está reconhecendo cada vez mais a importância de aprender sobre finanças. Na hora de fazer investimentos ou planejar o orçamento familiar, as dificuldades costumam dar indícios de que é necessário buscar ajuda. Além disso, adultos que passam por algum tipo de problema nessa questão têm uma probabilidade maior de trabalhar para que o mesmo não aconteça com seus filhos, e buscam matriculá-los em escolas preparadas para ensinar finanças desde cedo.