Ansiedade, burocracia e dívidas: o que sua escola precisa saber sobre o impacto emocional da inadimplência

A inadimplência escolar é um desafio recorrente, especialmente em tempos de instabilidade econômica. Mas, por trás de uma mensalidade em aberto, há quase sempre mais do que uma simples falta de pagamento. Um estudo recente da Evollo, plataforma de análise de voz, revelou algo que merece atenção de todos, inclusive dos gestores escolares: as dívidas estão diretamente ligadas à ansiedade, à vergonha e à sensação de perda de controle.

Ou seja, cobrar uma mensalidade em atraso não é apenas uma ação administrativa, é um ponto de contato com famílias que muitas vezes estão em situação de vulnerabilidade emocional.

O peso da ansiedade diante das dívidas

De acordo com o levantamento, 98% das pessoas que tentaram negociar dívidas demonstraram sinais de ansiedade ao falar sobre o tema. Esse dado, por si só, já reforça o quanto o endividamento impacta a saúde mental.

Além disso:

  • 60% relataram sentimento de vergonha ao conversar sobre o assunto;
  • 44% sentiram irritação durante o processo de negociação;
  • 65% estavam sob forte pressão financeira imediata.

A burocracia como obstáculo à resolução

Outro ponto relevante do estudo é que, embora 60% dos inadimplentes busquem renegociar a dívida por iniciativa própria, muitos esbarram em barreiras estruturais:

  • 70% não têm dinheiro imediato para quitar os débitos;
  • 42% enfrentam dificuldade com processos burocráticos;
  • 32% relatam frustração por não entenderem como funciona a cobrança.

Ou seja, mesmo quando há intenção de resolver a situação, a burocracia e a falta de clareza no processo se tornam mais um gatilho de estresse e desmotivação.

Como sua escola pode agir com mais empatia

O estudo também mostra que a forma como a cobrança é feita faz toda a diferença: quando o contato acontece de forma empática, 63% dos inadimplentes se sentem mais confortáveis para explicar os verdadeiros motivos do atraso, o que aumenta significativamente as chances de acordo.

Combinando três condições: parcelamento acessível, desconto e promessa de nome limpo em curto prazo, a taxa de resolução chega a 78%.

Essa abordagem não apenas favorece a recuperação da receita da escola, mas fortalece o vínculo com as famílias, reforçando o papel da instituição como parceira da comunidade.

Mais do que números, pessoas

A inadimplência precisa ser vista além dos boletos: ela é reflexo de realidades complexas, que envolvem finanças, saúde, estrutura familiar e emoções. Para escolas, isso significa que o caminho mais eficaz para resolver pendências financeiras começa com escuta, acolhimento e flexibilidade.

Como diz o próprio estudo: “O inadimplente não é necessariamente um mau pagador, mas alguém em situação de vulnerabilidade momentânea”.

E na prática?

  • Reavalie os canais e a linguagem usada nas cobranças. Evite tom punitivo.
  • Treine sua equipe para lidar com conversas delicadas com empatia.
  • Ofereça condições acessíveis e objetivas para renegociação.
  • Seja transparente nos processos: quando as regras estão claras, a frustração diminui.
  • Busque entender as causas da inadimplência,  e, quando possível, oriente as famílias.

Na FORME, acreditamos que educação financeira começa pelo respeito e pela escuta. Se sua escola quer transformar a forma como lida com a inadimplência, estamos aqui para caminhar junto.

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